
Mesmo sem alguns dos seus habituais titulares, Portugal fez, este sábado, história: pela primeira vez, conseguiu derrotar a Bélgica em Bruxelas, mercê de uma vitória por 2-1, ao mesmo tempo que ficou mais perto da qualificação para a fase final do Euro2008. E mesmo sem convencer totalmente, bastaram os excelentes golos de Nani e Postiga. Fustigada por lesões e castigos, foi uma equipa das quinas bastante alterada face àquele que é o seu onze-tipo que, esta noite, subiu ao relvado do antigo e malogrado Estádio do Heysel, ainda que ciente de que nada desculparia a obtenção de um outro resultado que não fosse a vitória. Com uma linha defensiva em que Paulo Ferreira surgia deslocado para a esquerda e um meio campo onde o triângulo Petit-Tiago-Deco procurava dar o melhor apoio a um ataque «para o futuro», composto por Quaresma, Postiga e Nani, Portugal entrou em jogo melhor do que à partida seria de esperar, inclusive, melhor do que o próprio adversário, que jogava em casa. Provavelmente, devido ao forte apoio do público, que nunca se cansou de puxar pelas cores nacionais, calando, não raras vezes, as vozes belgas. A equipa das quinas disporia, de resto, da primeira verdadeira oportunidade de perigo no encontro, logo aos 7 minutos, por Deco, para, apenas três minutos depois, Postiga obrigar Stijnen a uma defesa fantástica. Contudo, a partir dos 15 minutos, seria a vez da Bélgica começar a aparecer na partida, dispondo de verdadeiros lances de perigo, quase sempre por Mpenza, com Portugal a responder à passagem da meia-hora, novamente por Postiga. E se pouco depois Deco voltava a falhar o golo, aos 42 minutos, este acabaria mesmo por surgir, num excelente lance do mais recente reforço do Manchester United, Nani: surgindo pela esquerda, o ex-leão flectiu para o centro e, ao ver que ninguém vinha ao seu encontro, remate na diagonal e rasteiro, levando a bola a embater no poste direito da baliza belga e a entrar. Stijnen nada podia fazer. E foi exactamente em vantagem no marcador que Portugal saiu para o intervalo, depois de uns primeiros 45 minutos em que demonstrara que, mesmo com vários impedimentos, é uma equipa superior à Bélgica que este sábado esteve em campo no Rei Balduíno. Simplesmente, precisava de um pouco mais de garra e acerto na defesa. Só que, infelizmente, esse acerto não veio com o segundo tempo e, aos 54 minutos, a Bélgica acabaria por repor a igualdade no marcador, num lance em que a dupla Fernando Meira-Jorge Andrade voltou a mostrar falta de entendimento – centro da direita e Fellaini, entre os centrais lusos, sem marcação, fez facilmente o golo do empate. Já sem Miguel em campo (lesão muscular), substituído por Bosingwa, Portugal via-se na obrigatoriedade de voltar a marcar para tentar garantir a vitória, enquanto na formação belga, Vanderheicken mexia, mais uma vez, na equipa, com o mesmo objectivo. Mas sem sucesso, já que, aos 63 minutos, Hélder Postiga, que há muito tempo andava arredado dos golos, voltou a demonstrar o porquê de Scolari tanto apostar no jovem avançado do FC Porto: a cerca de 30 metros da baliza, sem que nada o fizesse prever, o ponta-de-lança disparou um autêntico míssil, que só parou dentro das redes do desamparado Stijnen. Apesar das tentativas da equipa belga, que procurou remar contra a maré, não mais o marcador voltaria a funcionar, isto apesar de nova quebra do onze luso, que acabaria por terminar o encontro encostado às cordas pelo adversário. Uma atitude que nem a incrível expulsão (que dualidade de critérios teve o árbitro sueco neste lance!), com vermelho directo, de Hugo Almeida consegue explicar. Com esta vitória e mercê dos resultados nos restantes jogos do Grupo A, Portugal segue na segunda posição, atrás da Polónia. Quanto à Bélgica, está praticamente afastada do Euro2008. Etiquetas: Euro 2008, Futebol, Portugal |