E para não deixar dúvidas, acrescentou: “Podem morrer e devem sabê-lo”. É certo que, com o tempo, a organização mudou radicalmente e os meios de segurança são os mais sofisticados que estão ao dispor de uma prova deste tipo, mas o mesmo desporto motorizado, que motiva grandes paixões, tem riscos tremendos. São esses riscos que estão na origem da morte de pilotos como Meoni (2005), Caldecott (2006) e, agora, de Elmer Symons. Mas é a paixão que impulsiona mesmo aqueles que, conhecendo o risco, estão presente anualmente à partida.
Elmer Symons, sul-africano, tinha 29 anos, era responsável por uma empresa de importação de peças mecânicas e também um apaixonado pelo Dacar, prova onde esteve algumas vezes integrado em equipas de assistência de vários pilotos.
Este ano tinha conseguido entrar na competição e, com uma moto KTM, ocupava o 18.º lugar da geral à partida para a fatídica etapa de Er Rachidia para Ouarzazate. A pista era dura e coberta de calhaus. O piloto estava sozinho quando caiu, mas o sistema de alerta (Iritrak) por GPS assinalou a sua paragem, mas foi o português Paulo Gonçalves quem accionou os meios de emergência. “Fui o segundo a chegar ao local, mas fui eu quem chamou a assistência médica”, disse o português.
O helicóptero da direcção da prova, que estava mais perto, chegou ao local ao fim de oito minutos, constatando o óbito que dez minutos mais tarde foi confirmado pela equipa médica. |